21.7.05

Ontem

Sorri para a lua.
Ergui meu rosto, e sorri.
Foi triste, na verdade.
Como um quadro de Rembrant.
Não havia lágrima, escorrendo.
Só na alma.
Lavada?
Não, lavada não.
Não sei pra onde foi a sujeira.
Olhei debaixo do tapete, e não achei nada.
E saí corerendo
pela noite clara.
Tinha meus livros, não tinha?
E cerveja gelada me esperando em casa.
E frase-clichê-lugar-comum variando na mente.
Terrorismo literário pulsando na minha veia pensante.
E os dias ensolarados de inverno, me permitem
óculos escuros e sobretudo e cachecol roxo.
Meus amores.
São rostos estampados na minha retina.
Cheiros que trago comigo.
Acho Rembrant muito triste.
A obra dele.
Olhares tristes e vagos.
Sorrisos pálidos.
Alguém me disse um dia que havia sol no meu sorriso.
E a noite foi assim,
perdida nos olhares pintados por Rembrant
e perdida nas linhas da minha última e derradeira paixão.
Estou cansada e gelada,
mas tenho muito pelo que brigar, ainda.
Imagino seu olhar tão perdido quanto o meu.

Roberta Nunes
21/07/2005

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