13.2.08

A Semente

A náusea vinha em ondas, e o esforço para segurar o vômito era enorme.
Sentia-se esgotado.
Estava molhado, cansado, com o corpo todo dolorido, a garganta inchada, a cabeça pesando uma tonelada.
Achou que seria melhor vomitar logo de uma vez, e se livrar daquilo.
Mas, afinal, ele prometera se segurar.
Sabia que, se expelisse o que tinha dentro de si, bem, nada de bom poderia acontecer.
A travessia foi difícil, o mar estava agitado, as algas anormalmente desenvolvidas devido à poluição, atrapalhavam a viagem, e as águas-vivas estavam terrivelmente agressivas, e agiam como se não reconhecessem o seu toque.
A viagem foi estranha, mas, no íntimo, ele sabia que nada poderia estar normal àquela altura do campeonato.
Segurou mais uma vez o regurgito e se pôs de pé.
Era um homem, dois braços e duas pernas, olhos escuros, com roupas encharcadas, cabelos escorridos, molhado de mar, que havia atravessado todo o Oceano Atlântico, à nado, para chegar em algum lugar no Brasil.
Bizarro, não?
Mais bizarra ainda foi a paisagem!
Praia Grande, São Paulo.
Em pleno mês de fevereiro, verão, alta-temporada e... deserta!
Como o resto das praias do estado, do país, do mundo.
Ninguém à vista, e nem fora da vista.
Estava deserto.
Morto.
Estagnado.
Se decompondo, lentamente.
O silêncio esmagador!
O mais estranho de tudo era que o que estava no seu estômago, e que precisava ser vomitado,
salvaria um mundo inteiro!
Ele trazia A Semente.
E só Deus saberia o que poderia nascer daquilo...

Roberta Nunes
13/02/2008
o que será de mim,
sem você?

7.2.08

a Enterprise













A construção da nave original, NCC - 1701.

Vamos ver o que esse filme vai apresentar...

Sou fã da série clássica, mesmo com todos aqueles efeitos toscos.