29.6.07

Citações

"O unico erro de Deus foi nãoo ter dado duas vidas ao homem: uma para ensaiar, outra para atuar" (Vittorio Gassman)

"A verdade é sempre o álibi perfeito" (W. R. Burnett)

"Tudo que não é proibido e obrigatório" (Curzio Malaparte)

"Todo homem tem o sagrado direito de ser imbecil por conta própria" (Ivan Lessa)

"Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la" (Carlos Drummond de Andrade)


Aí estão algumas citações ótimas, verdadeiras pérolas.



"Arranca-me do peito o coração exangue,
Que hei-de dar-te, em troca, os restos do meu sangue,
Para o negro festim da tua fome escura."
( Prece - José Duro )

27.6.07

A morte como sobremesa

Uma forma de mostrar amor, é morrer.
Eu acredito.
Mas morrer de um jeito bem bacana e romântico, como caminhar de encontro a uma lua cheia enorme e amarela, refletida num mar calmo e límpido.
Ou ainda num barato daqueles, numa viagem de drogas e bebida e troca de carícias e loucura sexual, numa orgia, línguas e mãos e secreções pra todo lado.
Na verdade, qualquer modalidade de morte serve, desde que tenha aquele toque teatral e exibicionista, uma carta explicando direitinho as coisas e se despedindo, uma rosa vermelha e umas gotas de cera de vela pra completar o drama.
Eu ainda não atingi esse nível de sensibilidade.
Claro que às vezes faço uma roleta-russa na rua, atravesso sem olhar só pra ver o que acontece, mas nunca me aconteceu nada.
A minha visão romântica da vida se limita a chamar essa porra de privada coletiva em que vivemos de “latrina”, e os montes de merda que bóiam nela de “dejetos”.
Espero ter estômago para, um dia, ter uma vida de comercial de margarina.
Acho que é isso que esperam de mim, expectativas de vida comuns, iguais aos outros.
Pontos de vista do que é melhor, maior e mais bonito.
Caralho, como isso cansa!
Acredito que é lícito (ops, outra palavra bonita...) desejar um belo porre, e encarar bravamente a ressaca que vem no dia seguinte.
Quem sabe, depois de uma noite de amnésia, eu não dê a luz a um avatar?
Quem sabe a morte me sorria, e me mande continuar andando, já que lá na frente, eu vou topar com ela de novo?
Ninguém está isento da solidão.
Ela é como a sombra nos dias ensolarados na praia.
Uma chama azul, gélida, daquelas que queimam efetivamente.
E transformam os sonhos em espectros, fantasmas que assombram os armários vazios de casas vazias.
E a morte romântica não basta para aliviar o amargor do xarope pra tosse.
E a vida cotidiana teima em tirar da ordem as rimas da poesia escrita com tanto sangue.
Me liga, amor, e vou pra junto de você, nem que seja por poucas horas.

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um certo homem interessante, com o olhar direto e moreno, sorriso assim, meio de lado, uma seriedade de Tuareg e andar de Dom Juan.
porte ilegal de pecado.
pudesse, me afogaria nessa tua boca salgada, pararia o trânsito, e que se danassem as buzinas invejosas do beijo enlouquecido, a língua dardejando, num ritmo de tambores e corpos, braços e força.
noite de lua crescente.
seus pelos suados, enroscados nos meus, um mar de suspiros e mordidas.
noite quente de inverno.
um sussurro numa língua estrangeira, ah, o gemido numa linguagem universal.
quero seus dentes.
coxas, seios, nádegas.
o espelho reflete seu olhar faminto e curioso.

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Roberta Nunes
27/06/2007

21.6.07

E o tempo passa



A terrível sensação de tempo desperdiçado.
Meu amor me beija.
Com vontade.
Com amor.
E eu sei que ele está comigo.
Quando?
O amargor da insatisfação.
Não sou eu!
E o gemido ficou entalado,
o gemido de dor e separação.
O punhal erguido,
e as costas sempre disponíveis,
braços abertos.
A boca sempre pronta para o beijo,
para o esporro,
para o grito.
O gosto do gozo e do fel.
Uma viúva-negra no travesseiro.
Um pêlo no sabonete, que vou guardar pra fazer mandinga, quem sabe...
Café da manhã com você,
geléia
e manteiga (que você queria usar pra fazer sacanagem).
Claro que eu te amo.
Claro que eu não vou tatuar seu nome.
Claro que você me ama, e tudo continua igual.
Vou tomar meu porre,
e te afogar numa dose dupla de vodka.
É isso que eu chamo de amor.
Pra sempre.
É tempo demais, baby.
Não tenha dó de mim.
Quando eu disser que dói, mete o punhal até o cabo.
A melhor maneira de dizer.
Um cansaço.
Cada vez como se fosse a última.
Sem boleros, nem franjas.
Uma dor tão aguda.
Sobrevivência.
I will survive
hey, hey.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára pra que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar...
Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe...
Depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante a vida!"
Manual de Sobrevivência - Willian Shakespeare


imagem do filme "Transpoitting"

14.6.07

Way



tenho, pra sempre, eu acho, o gosto de uma leve insatisfação na boca.
um resquício de beijo que ficou, e que nenhum outro se compara.
o fato é que não consigo lembrar.
one, quando, como.
se foi nessa, ou em outra vida.
uma busca coonstante me leva sempre a todos os lugares, e bocas.
testo os sabores, misturo com os aromas.
os cheiros de vida e sacrifícios e experiências.
os cheiros e gostos que o amor pode trazer.
despertar os sentidos, trazer à tona os sonhos mais estranhos.
não poderia deixar de ser.
essa busca é o que move a humanidade, eu acho.
e, claro, eu não pderia escapara dela.
tenho paixão.
e tenho medo de provar minha capacidade de amar.
e tenho sempre que mostrar que isso não é da minha natureza.
hoje o dia vai ser longo, e a noite me espera com mais uma bebida e estrelas.
e, quem sabe, um beijo furtivo no canto da boca de alguém, só esperando pelo meu chamado.
e a poesia não tem sido satisfatória, sempre parecendo incompleta e cansativa.
o trânsito segue, indiferente e o ruído, incessante.
procuro pelo beijo.
pela boca.
pelo copo.
uma taça, talvez, um belo cálice de prata.
um devaneio insano.
comum da minha natureza.
e o sorriso vem, com olhos cobertos, enrolado num cachecol roxo, nesses dias malucos de outono.

Os mastins negros vão ladrando a lua...
O Cairo é de uma formosura arcaica.
No ângulo mais recôndito da rua
Passa cantando uma mulher hebraica.
O Egito é sempre assim quando anoitece!
Às vezes, das pirâmides o quedo
E atro perfil, exposto ao luar, parece
Uma sombria interjeição de medo!
Augusto dos Anjos

4.6.07

já que não dá pra parar...

eu volto.
e não ligo se você vai ler.
ou se vai comentar.
sempre digo isso.
e é o suficiente pra me convencer.
outra hora coloco uma imagem bacana.
e rio do frio que a saudade crava sem dó no meu coração relativamente são.
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