1.6.05

Tapetes da vida...

Hoje, acho que fui cruel.
Direta demais. Incisiva demais.
Ele disse adeus.
Eu disse foda-se.
Leva a porra do tapete com você.
Não tomo vinho, a garrafa virou caco na calçada do vizinho.
Prefiro conhaque. Gosto pior, ressaca pesada. Desperta os sentidos.
Acorda pra vida, cacete!
Limpar o sangue desse maldio tapete...
E as marcas do colchão.
Seu cheiro carunchado.
Pelos grudados no sabonete.
Camisetas de rock, panos de chão.
Último volume, Siouxie, baby...
Garrote na garganta,
e chuveiro pingando.
Mãe, de onde vem o trovão?
Mãe, porque o sangue é vermelho?
Seja luar, meu amor.
Espalhe-se pela noite.
Escorra pelo ralo da banheira,
e corra pelas sarjetas.

Roberta Nunes
01/06/2005

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