23.6.05

Caminhando ao sol

De sobretudo preto, e óculos escuros
Cachecol roxo para combinar com o sol do meio-dia
A música louca das rotinas
Martelando seus acordes aliens no meu walkman
Reverberando notas acústicas pelas artérias
Plugando guitarras...
Mas não é de música que falo
É de amor
Sobre o toque, e virar do avesso, e mordidas na nuca
E novamente os bandolins
Hoje o dia não está pra poesia
E acho que nem pra prosa
Sempre pra rock'n'roll
destoando de tudo o mais ao redor
E pedra que rola
pedra que havia no meio do caminho
Primitiva e sedimentar de origem qual, mesmo?
Aprisionando fósseis vivos
Selvagem, me fazendo lembrar de outros tempos
E amor incondicional, intrusivo
ígneo e absoluto
Uma música diferente, explosões misturadas às buzinas
aos gemidos e baterias eletrônicas
Música e dança e tremor de terra e avalanche e caminhões
Tarde fria

Roberta Nunes

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