25.6.05

Fóssil

Enquanto caminhava pela rua, dei de cara com uma rachadura no asfalto.
E meu coração se partiu, pois eu entendi que nem tudo é perfeição.
E você, que me enchia de sol, se foi.
Colei aquele tecido balinês na janela da cozinha, pra filtrar a luz.
Me beija, amor, e marca a contra-capa da minha vida com a sua dedicada dedicatória.
Cacos de som nas ondas do meu dia-dia, e lembranças coladas com cuspe.
Amores catados na praia, e conchas jogadas aos porcos.
E vejo a rachadura aumentar e engolir minha fantasia de Batman...
Recordações de aulas de geologia, origens das rochas
e fósseis aprisionados nelas, melhor sedimentares.
Prender sua pegada na minha sala,
Seu sussurro na minha orelha eternamente rouco,
Sulcos e sucos do seu corpo pra sempre na minha cama.
Te beijo no copo de tequila, e o sal é seu.
Não, não vai demorar pra ficar bêbada, e me sacrificar aos deuses
Pra te ter aqui.
te beijo.

Roberta Nunes
25/06/2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário