27.3.08

Ode à Aphrodite

"Aphrodite em trono de cores e brilhos,
Imortal filho de Zeus, urdidora de tramas!,
Eu te imploro: a dores e mágoas não dobres,
Soberana, o meu coração,

Mas vem até mim, se jamais no passado,
Ouviste ao longe meu grito, e atendeste,
E o palácio do pai deixando,
Áureo, tu vieste,

No carro atrelado: conduziam-te, rápidos,
Lindos pardais sobre a terra sombria,
Lado a lado num bater de asas, do céu,
através dos ares,

E pronto chegaram; e tu, Bem aventurada,
Com um sorriso no teu rosto imortal,
perguntaste por que de novo eu sofria,
E por que de novo eu suplicava,

E o que para mim eu mais quero,
No coração delirante.
Quem de novo, a Persuasiva
Deve convencer para o teu amor? Quem,
Ó Psappha, te contraria?

Pois, ela, que foge, em breve te seguirá;
Ela que os recusa, presentes vai fazer;
Ela que não te ama, vai te amar em breve,
Ainda que não querendo

Vem, outra vez – agora! Livra-me
Desta angústia e alcança para mim,
Tu mesma, o que o coração mais deseja:
Sê minha Ajudante - em - Combates!


Safo de Lesbos

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